Tributação: a realidade nacional

Boletim
Informativo Marmo
Contábil
20/05/2014

Tributação: a realidade nacional

   
     Não é novidade que a carga tributária vem
aumentando ano a ano no Brasil. Em 2012, representou 36,27% do PIB, ou seja,
mais de um terço das riquezas produzidas no País foi destinado aos cofres
públicos. Se considerarmos o período de 2002 a 2012, enquanto a arrecadação
tributária teve um crescimento de 231%, o PIB evoluiu apenas 197,91%, uma
diferença de 33%. Conclui-se que os governos federal, municipais e estaduais
subtraíram, nesse período, cerca de R$ 1,6 trilhão do contribuinte por conta
do aumento da carga tributária.
     O Brasil é o único país onde há tributação
em efeito cascata. Estamos entre os países com maior carga tributária do
mundo, abaixo da Suécia, Dinamarca e Noruega. E, de acordo com o IRBES
(Índice de Retorno ao Bem Estar da Sociedade), aqui se oferece o pior
retorno em serviços públicos de qualidade.
     A burocracia atinge também as empresas que,
para cumprirem mais de 90 obrigações acessórias arcam com um custo médio de
1,5% do seu faturamento. Além disso, os tributos representam parcela de, em
média 33% do faturamento bruto, 47% do total de custos e despesas e 52% do
lucro das companhias. Logo, o verdadeiro acionista/quotista majoritário das
empresas é o governo.
     E a complexidade tributária reflete na
informalidade, que significa 31% do PIB, enquanto a sonegação representa 39%
do total da arrecadação. Também há um crescimento de 50% da inadimplência
perante o fisco nos últimos três anos. Diante disso, nosso sistema molda-se
para subtrais 60% do PIB brasileiro.
     Para o contribuinte, o sistema é ainda mais
penoso. Sobre a renda incide, em média, 14,72% de tributos equivalentes a IR
e INSS. Sobre o patrimônio, média de 3,02% relativos a IPTU e IPVA. Além do
ICMS, IPI, PIS, COFINS embutidos em produtos e serviços. O brasileiro
destina ao governo cerca de 41% do seu rendimento bruto.
     Em 2012, por exemplo, o cidadão trabalhou
150 dias para pagar tributos. Vale ressaltar que, neste quesito, o Brasil
perde apenas para países como a Suécia, onde os tributos equivalem a 185
dias de trabalho.  A diferença, no entanto, é com relação ao retorno
desse valor para a população. É visível a qualidade de serviços públicos
prestados naquele país.
     Um importante passo para a transparência
tributária foi dado com a criação da lei nº 12.741/12, que obriga a descrição
da carga tributária embutida no preço dos produtos e serviços consumidos.
Conhecida também com “Lei De Olho no Imposto”, a legislação estipula que a
adequação deve ser feita até o dia 8 de junho de 2014.
Fonte:
Revista SESCAP – PR, ano I nº 4, março/abril 2014, disponível em: 
http://issuu.com/sescappr/docs/revista_04-online/7?e=8287746/7520276
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